O Mundo, visto de uma perspetiva geral, depara-se com excessos de difícil retorno. Se considerarmos que já nasceu há quase dez anos o habitante n.º 7 mil milhões deste planeta sobrelotado, também devemos estar em alerta que somos muitos, sujeitos a uma economia intermitente e, por isso mesmo, com criação de riqueza a níveis deficitários. Numa situação extrema, não se gera oportunidades para toda uma população activa.
Resta saber se cada um de nós está disposto a aceitar um posto de trabalho, um projeto profissional ou uma missão de vida. E aqui deparamo-nos com a qualidade de talentos. Porque há uma taxa de desemprego em Portugal acima dos 10 % mas não quer dizer que existam profissionais que saibam demonstrar o seu potencial para sair desse mesmo flagelo.
Todos nós já ouvimos amigos e familiares, de todas as gerações: “ Não há um contacto sequer para uma entrevista.” A procura está agreste. A verdade é que ainda há canais de divulgação do nosso talento limitados aos processos tradicionais de Recrutamento & Selecção. É importante estar-se lá, na rigorosa lista dos escolhidos.
Como se verifica isso em termos práticos? Não é tão difícil quanto parece. Primeiramente, deve-se entender que o nosso curriculum vitae é o nosso cartão-de-visita. É importante apresentar-se simplificado, de fácil leitura e – muito importante – ser-se claro nas funções desempenhadas; os organigramas das empresas estão cada vez mais complexos, torna-se fundamental percepcionar-se, numa primeira leitura, qual o enquadramento das experiências profissionais. E, claro, o toque de captar, cativar o interesse. Para passar à fase seguinte.
Se o cartão-de-visita é o curriculum vitae, a entrevista é a nossa venda. Pode ser multiplicada por vários momentos – etapas – como vários locais. Cada vez mais se conhecem candidatos numa mesa ao almoço, ou até em actividades físicas ao ar livre – sobretudo em negociações finais, recheadas de pressão e, por isso mesmo, com uma abordagem das entidades empregadoras e das empresas recrutadoras mais suave, menos ortodoxa. Porque é outro tabu a ser desmistificado: o empregador está menos conservador. Tem sede de conhecer profissionais de percurso transparente, por vezes, em alguns casos, especializados em sectores, com noção da mais-valia que pode adicionar à empresa. E explicar sem receio.
Em última instância, a proactividade é outro trunfo para chegarmos a um cargo. Existem vários grupos de partilha de conhecimento, de know-how e networking que se encontram em pequenos- almoços e finais de tarde apropriados, até em grupo (restritos ou não) nas redes sociais. Tudo serve para conhecermos talentos. E a D’ACCORD – Trabalho Temporário, quer conhecê-los.
Uma nota final: ter sempre em mente a noção de venda, seja a função que for. Há o cliente externo, mas também há o cliente interno em todas as organizações. E, no momento em que estivermos a ser ouvidos numa entrevista, o cliente é o nosso ouvinte. Um contrato é um negócio, para este se tornar num projecto profissional tem de ser do interesse das duas partes.
Porque o mundo pode estar sobrelotado mas nós temos de aprender, não só a encontrar o nosso lugar, mas, acima de tudo, temos de aprender a criá-lo.
Boa Sorte!