Por Rita Trindade HR Specialist | People & Culture Ambassador at Vila Vita Parc
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Hoje em dia, é cada vez mais comum ouvirmos falar sobre a retenção de talento nas organizações. Este tema tem vindo a ganhar uma relevância crescente, não apenas pela necessidade de manter os colaboradores mais valiosos, mas também pelo acompanhamento contínuo que deve ser garantido desde o primeiro dia de integração na empresa.
Existem já organizações e profissionais de recursos humanos que implementam práticas eficazes nesse sentido, recorrendo a indicadores como questionários de clima e cultura organizacional, avaliações de desempenho, testes de personalidade entre outros. No entanto, esta ainda não é uma realidade transversal a todas as empresas, e as lacunas na aplicação e melhoria destas práticas continuam a ser evidentes.
Enquanto profissional de recursos humanos, tenho-me deparado com a importância crítica deste tema. É preocupante constatar que, apesar dos avanços, muitas organizações ainda não reconhecem plenamente o impacto da retenção de talento nos seus resultados. Felizmente, verifica-se uma crescente consciência organizacional, com várias empresas a adotarem medidas que contribuem para melhorar os níveis de retenção.
Em processos de avaliação e assessment, é frequente os colaboradores apontarem como principais fragilidades a falta de empatia, reconhecimento a escassez de comunicação e transparência, bem como a ausência de oportunidades de formação contínua ao longo do seu percurso profissional. Na minha perspetiva, estes são valores essenciais — tanto a nível pessoal como profissional — que todas as organizações deveriam cultivar.
É inegável que a escassez de talento constitui atualmente um dos principais desafios enfrentados pelas empresas, sobretudo em regiões com forte sazonalidade, como o Algarve. Perante este cenário, torna-se imperativo que as organizações invistam tempo na reestruturação e adaptação dos seus processos internos, com o objetivo de valorizar e reter os seus colaboradores. É cada vez mais frequente, perdemos talento por não dedicarmos a atenção necessária àqueles que já fazem parte da equipa, do que arranjar uma solução para o manter.
Num mercado de trabalho cada vez mais competitivo e instável, cuidar de quem já está dentro da empresa deixou de ser apenas uma boa prática — é uma necessidade. Reter talento significa criar condições para que os colaboradores queiram continuar a crescer na organização, porque se sentem respeitados, reconhecidos e desafiados.
Reter talento é, acima de tudo, reconhecer que o sucesso de uma organização depende, em grande medida, das pessoas que a constroem diariamente.
Afinal, se não cuidarmos dos nossos, quem cuidará?